Open Banking: A Nova Era da Liberdade Financeira Chegou

Open Banking: A Nova Era da Liberdade Financeira Chegou

Em 2025, o Open Finance consolidou-se como a força motriz que está revitalizando a confiança dos usuários no setor bancário brasileiro. Com mais de 111 milhões de consentimentos ativos e 70 milhões de contas conectadas, os cidadãos tornaram-se protagonistas de suas próprias decisões financeiras. Movimentando R$ 31 bilhões em crédito e R$ 30 bilhões em investimentos, este sistema consolida uma transformação profunda no acesso a serviços, ao favorecer a comparação em tempo real de taxas e produtos. O modelo nacional mostra que a era do monopólio bancário chega ao fim, abrindo portas para uma inclusão financeira para todos os brasileiros.

O que é Open Banking?

O Open Banking, ou Open Finance, é o sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros pelos clientes de forma consentida e segura com diferentes instituições autorizadas. Regulamentado em fases, o modelo avançou da disponibilização de dados cadastrais e transacionais até a futura liberação de informações de investimentos e seguros. Atualmente, 99% das chamadas de APIs concentram-se nas fases iniciais, com 3,5 bilhões de solicitações semanais e sucesso em 2,3 bilhões de comunicações. Este mecanismo representa segurança e consentimento explícito, pois o usuário define quando, como e com quem compartilhar suas informações.

O Impacto no Cenário Brasileiro

A adesão de 28% da população bancarizada, superior à penetração de 21% no Reino Unido, reflete um crescimento mensal sete vezes mais rápido. Com mais de 800 instituições participantes e 406,7 mil empresas transmitindo e recebendo dados, o ecossistema se fortalece. Em 2025, 62 mil portabilidades de crédito e 92 mil de salário ampliaram o poder de negociação dos consumidores, enquanto R$ 1,2 bilhão é transacionado mensalmente em contas conectadas. Esses resultados demonstram inovação acelerada em produtos e serviços e reforçam o papel do Open Finance no desenvolvimento da economia digital.

Principais Casos de Uso e Benefícios

O Open Finance traz benefícios tangíveis para diferentes perfis de clientes e empresas. Entre as aplicações mais relevantes, destacam-se:

  • Gestão financeira simplificada: agregação de múltiplas contas em uma única plataforma.
  • Crédito mais acessível: R$ 31 bilhões originados via Open Finance, com fintechs respondendo por R$ 5,4 bilhões.
  • Investimentos otimizados: R$ 30 bilhões movimentados, com previsão de expansão do escopo de produtos.
  • Pagamentos instantâneos: jornada sem redirecionamento e iniciação de transações entre contas.
  • Modelos de negócio inovadores: soluções via WhatsApp com IA e hiperpersonalização de ofertas.

Essas aplicações já impactam a vida de milhões de brasileiros, proporcionando maior agilidade na tomada de decisões e comparações em tempo real entre instituições. A combinação desses recursos favorece a competitividade e amplia as possibilidades de inclusão.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos avanços, alguns obstáculos ainda precisam ser superados para que todo o potencial do Open Banking seja atingido.

  • Baixa adesão de investidores e empresas: menos de 15% dos investidores e 3% das empresas participam ativamente.
  • Burocracia e barreiras tecnológicas: dificultam a implementação de soluções por pequenos players.
  • Conversão de pagamentos: meta de 99,5% de sucesso ainda distante para muitas instituições.
  • Percepção de valor: 62% dos bancos ainda veem retorno limitado além do cumprimento regulatório.

Superar essas questões exige cooperação entre reguladores, bancos e fintechs, adotando iniciativas colaborativas e focadas no usuário.

Por outro lado, surgem oportunidades que podem impulsionar o ecossistema:

  • Expansão da portabilidade de crédito, salário e investimentos.
  • parcerias estratégicas com setores não regulados, ampliando casos de uso.
  • Melhoria contínua da jornada do cliente, reduzindo atritos e aumentando a confiança.
  • Aprofundamento dos dados de investimentos, permitindo análise mais precisa de risco.

Explorar essas frentes pode criar um ambiente mais robusto e dinâmico para inovação, beneficiando consumidores e instituições.

Regulação e Governança

A Resolução Conjunta nº 10 do Banco Central, em vigor desde 1º de julho de 2025, obriga instituições com mais de 5 milhões de clientes ativos a participar do Open Finance, impactando cerca de 36 milhões de brasileiros. Em paralelo, a Febraban avança na implantação de uma estrutura de governança definitiva, com comitês especializados, conselhos consultivos e participação de stakeholders. Esse arcabouço fortalece a confiança e promove transparência na gestão de dados, assegurando que o ecossistema evolua de forma segura, padronizada e alinhada aos melhores padrões internacionais.

Comparação Internacional

Em comparação com o Open Banking do Reino Unido, o Brasil apresenta números impressionantes. Abaixo estão alguns indicadores-chave:

O Futuro do Open Finance no Brasil

O caminho adiante é promissor. Com o avanço da Inteligência Artificial, da análise de grandes volumes de dados e de modelos de negócio colaborativos, o Open Finance está prestes a alcançar novos patamares de eficiência e personalização. Espera-se a chegada da fase 3, com dados de investimentos ampliados, e da fase 4, envolvendo seguros e previdência, democratizando ainda mais o acesso. Para chegar lá, é fundamental que todos os agentes — usuários, fintechs, bancos e reguladores — colaborem em um ambiente de maior transparência e controle do consumidor. Assim, será possível construir uma economia digital mais justa, dinâmica e acessível a todos.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

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